Passarinha, de Kathryn Erskine

Título: Passarinha
Autora: Kathryn Erskine
Editora: Valentina
Páginas: 224

Sinopse: No mundo de Caitlin tudo é preto ou branco. As coisas são boas ou más. Qualquer coisa no meio do caminho é confuso. Essa é a máxima que o irmão mais velho de Caitlin sempre repetiu. Mas agora Devon está morto e o pai não está ajudando em nada. Caitlin quer acabar com isso, mas como uma menina de onze anos de idade, com síndrome de Asperger ela não sabe como. Quando ela lê a definição de encerramento ela percebe que é o que ela precisa. Em sua busca por ele, Caitlin descobre que nem tudo é preto ou branco, o mundo está cheio de cores, confuso e bonito.



Opinião: Se eu fosse resumir Passarinha em duas palavras, seriam elas: TOCANTE e ESPECIALCaitlin é uma garotinha que tem Síndrome de Asperger (uma condição psicológica do autista caracterizada por dificuldades na interação social e comunicação não-verbal), que precisa lidar com a morte de seu irmão mais velho, Devon, seu protetor e o único que a entendia e a acalmava, e com o desespero e a tristeza de seu pai pela morte do primogênito. Assim como a família, o armário que Devon estava prestes a terminar de construir antes se sua fatídica morte, encontra-se em pedaços.



Enquanto isso, na escola, Caitlin recebe o auxílio da orientadora Sra. Brook, que a incentiva a fazer amigos e a ajuda a compreender as emoções e os sentimentos, principalmente ensinando Caitlin a importância da empatia.

- Eu já tenho amigos. - Me fale dos seus amigos. - Meu Dicionário. Minha tevê. Meu computador. A Sra. Brook faz que não com a cabeça. - Eu estou falando de pessoas e de aprender a se relacionar com elas. - Eu sei fazer isso. Eu as deixo em paz.

Certo dia, Caitlin está assistindo ao noticiário e ouve a palavra Desfecho. Movida pela curiosidade, ao descobrir o significado da palavra, a garota entende que é isso que o pai e ela precisam para seguir adiante com suas vidas.

"Procuro a palavra desFEcho no Dicionário e ele diz: A vivência da conclusão emocional de uma situação de vida difícil como a morte de um ente querido."

O livro é repleto de simbolismos (inclusive a nota do autor no início do livro nos esclarece coisas muito importantes para que possamos "Captar o Sentido" das coisas) para que o leitor entre, de fato, na cabeça de Caitlin e entenda como uma criança portadora de Asperger pensa e se comporta. 
De forma incrível, a narrativa nos coloca dentro da história, ao lado da garota; vendo, sentindo e pensando como ela. E entendendo seu modo de enxergar o mundo. 

"O bom dos livros é que as coisas do lado de dentro não mudam. As pessoas dizem que não se pode julgar um livro pela capa mas isso não é verdade porque a capa diz exatamente o que tem dentro. E não importa quantas vezes você leia aquele livro as palavras e imagens não mudam. Você pode abrir e fechar os livros um milhão de vezes que eles continuam os mesmos. [...] Livros não são como pessoas. Livros são seguros."


Passarinha faz uma belíssima referência ao clássico O Sol é Para Todos, de Harper Lee, que conta a história de um advogado branco decidido a defender um negro acusado de estupro em plena década de 30, o auge do preconceito. Caitlin assistiu ao filme e possui uma grande admiração pelo advogado Aticus Fintch, comparando-o ao seu pai, e ela se vê parecida com a filha dele, Scout. Depois disso, fiquei curiosa para ler e assistir O Sol é Para Todos.

Indicado a diversas premiações, Passarinha foi vencedor do National Book Awards (2010) e Obra Extraordinária no Bank Street Best Children’s (2011). Foi eleito para a lista de “100 livros para ler e compartilhar”, da Biblioteca Pública de Nova York (2010) e recebeu Honra ao Mérito do Golden Kite Award (2011).



Nota importante: o dia da morte de Devon - irmão de Caitlin - foi inspirado no massacrda Virginia Tech University, em 2007, onde um aluno invadiu a escola, matou 32 pessoas e deixou 17 feridos antes de cometer suicídio.

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8 Comentários

  1. MIGA, eu estou inlove, eu quero ler! E quero ler também O Sol é para Todos <3

    Eu adoro histórias quando são contadas ou retratadas pela visão de crianças, passa uma pureza e delicadeza que nos emociona do começo ao fim. Prevejo muitas lágrimas!

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    1. LEIA MESMO! E quando ler, venha me contar! Terminei Passarinha com lágrimas nos olhos. Ah, tb quero ler O Sol é Para Todos, está na meta desse ano!

      Beijos!

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  2. Este foi sem dúvida um dos livros mais lindos que li em 2015. É totalmente diferente de tudo que eu já li. Muito lindo mesmo.

    Indiquei você no prêmio Dardos https://colecionandohistoria.wordpress.com/2016/01/13/premio-dardos/

    Bjuus

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    1. Passarinha é lindo mesmo, Raquel. Já comecei 2016 com uma leitura sensacional!

      Obrigada por me indicar ao prêmio Dardos <3 acabei de ver a listinha lá no seu blog. Beijos!!

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