Resenha: A longa viagem a um pequeno planeta hostil, de Becky Chambers


Antes de me aventurar na leitura desse livro, eu já tinha o conhecimento prévio que vou passar para vocês agora: o que importa não é o desfecho, e sim a jornada. A longa viagem a um pequeno planeta hostil não é sobre chegar a algum lugar, mas sim sobre o que acontece durante o caminho. A sensibilidade da história e os personagens tão bem construídos, me levaram para dentro das páginas e fizeram com que eu me sentisse em casa, na casa deles, na nave, em Andarilha. Eu era uma tripulante também.

"Criamos túneis através da subcamada para pular entre sistemas estelares. Escapamos da gravidade planetária com a mesma facilidade com qual caminhamos pela porta da frente. Porém, quando se trata de evolução, não passamos de uma ninhada recém-saída do ovo, tateando por aí com os nossos brinquedos. Acredito que é por isso que muitos dos meus colegas ainda adotam teorias sobre materiais genéticos espalhados por asteroides e supernovas. De certa forma, a ideia de um estoque compartilhado de genes que flutuam através da galáxia é muito mais fácil de aceitar do que a noção assustadora de que talvez nenhum de nós tenha a capacidade intelectual de entender como a vida de fato funciona."


Você já se imaginou vivendo em uma sociedade despida de preconceitos e machismo? Já pensou em como seria incrível conviver em igualdade entre gêneros e espécies? É isso o que o livro traz: humanos e alienígenas de várias espécies se conhecendo, se descobrindo e se envolvendo...

"Acho que, em geral, as pessoas decidem passar por uma cirurgia antienvelhecimento porque têm baixa autoestima e sentem que não são boas o suficiente com sua aparência atual. Só que tudo que fiz com meu corpo foi por amor. É sério. As tatuagens são uma recordação de vários lugares e lembranças específicas, mas, no fundo, tudo o que fiz foi o meu jeito de dizer que este é o MEU corpo. Que não quero o corpo que todos me diziam que eu deveria ter (...) Nem fodendo. Se vou mudar o meu corpo, as mudanças têm que vir de mim."

Ah, gente! Eu quis tanto, mas tanto, estar junto deles! De todos! Sem exceção! Cada descoberta que eu fazia sobre as peculiaridades de cada espécie me deixava mais encantada! E foi aí que eu cheguei a conclusão de que a mensagem do livro, pelo menos ao meu ver, é de que somos todos lindos, únicos, incríveis, interessantes e especiais. São as nossas diferenças que - de tão lindas - deveriam nos unir, embora, infelizmente, aconteça o contrário.


É que nós somos bobos! Tão inteligentes e bobos! Bastava um tempo em Andarilha, ou um tempo fora da bolha para entender que não há graça nenhuma em ser igual e em seguir um padrão. A magia acontece quando tudo se mistura. E é essa junção que nos faz brilhar como estrelasEu indico a leitura de A longa viagem a um pequeno planeta hostil para todos, sem exceção. Não importa se você gosta de ficção científica ou não. Esse é um livro que vai além de definições literárias. Ele é sentimento puro. Ele é um coração bem grandão e pulsante.

NOTA: 5/5+ | SKOOB | COMPRE+INFOs

Beijo e até a próxima! 

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